EX-LIBRIS E SIMBOLOGIA

. . . Nascido das mais diversas técnicas, da combinação delas e, modernamente, de recursos digitais, os ex-libris costumam apresentar uma frase e/ou uma imagem que expresse(m) o espírito do dono dos livros, seu temperamento, preferências pessoais – que seja(m) a “cara” dele. . . Eles podem ser coloridos ou em preto e branco, surgirem de […]

SACOLA BORDADA EM PONTO CRUZ

. . . Ainda que eu seja uma artesã de palavras, meus dias precisam reservar em suas esquinas outras possibilidades de artesanato. Minhas mãos ficam ansiosas por algum trabalho mesmo quando, ao entardecer, encontro-me cansada pelo muito trabalhar. É nesses momentos que o crochê ou o ponto cruz vêm garantir-me momentos de serenidade e repouso, […]

CARTA MINEIRA

. . “Viver não é necessário”, diz Fernando Pessoa, “o que é necessário é criar”. Analisado, o pensamento do poeta indica que a vida a qual não se imprime uma marca, uma certa pegada, o fôlego, o espírito, não vale a pena. Importante é a modificação da vida através da arte – a criação. Concordo […]

A PERCEPÇÃO DA NUANCE

. . Punham-me para dormir na sala do pequeno apartamento, num edredom dobrado onde também dormia meu irmão. Éramos crianças e visitávamos nossos tios em São Paulo. Meu irmão, mais novo que eu dois anos, dormia logo e nem imaginava as agruras pelas quais eu passava acordada sendo vigiada pela Mona Lisa. Sim, refiro-me a […]

MUITO MAIS QUE PEDI

. . Eu devia ter uns catorze anos quando iniciei um caderno de pensamentos. Os primeiros foram recortados de umas revistas de palavras cruzadas que meus avós descartavam depois de terminarem o passatempo, outros copiados de livros lidos, recortados de revistas… Hoje tenho pelo menos uns cinco cadernos cheios de frases que de algum modo […]

RECEITA DE “PÃO DE MINUTO”

. . Minha avó materna tem 94 anos e ainda vai para a cozinha nas tardes de sábado fazer algum quitute para receber a família aos domingos. Às vezes um bolo de fubá ou de banana, às vezes bolo de cenoura com cobertura de chocolate, que minha filha ama, canjica com paçoca – quando chega […]

“QUE VARIEDADE, SENHOR, NAS TUAS OBRAS!”

. . Barulho de chuva na manhãzinha… edredom quentinho, vontade nenhuma de levantar! Entretanto, a vida convoca: abro a janela para o dia cinzento, para o cheiro de café, para descobrir se cedeu a febre que à noite calou meu pai. Manicure, tapeceiro e o rapaz da farmácia compõem confusamente a parte primeira da manhã. Concordo […]

UM GATO, DOIS GATOS… E A QUESTÃO DA INTERTEXTUALIDADE

. . Quando um texto dialoga com outro texto estabelece-se uma relação intertextual a que chamamos intertextualidade. Esse diálogo consiste no fato de um texto se referir a outro ou de, direta ou indiretamente, intencionalmente, ou não, remeter a outro texto. A palavra intertextualidade pode parecer grandiosa e sugerir uma complexidade que não existe necessariamente, […]

MÃOS NA MASSA… OOPS… NA TERRA

. . Quem me conhece apenas superficialmente tem a impressão enganosa de que sou uma pessoa extremamente calma. Não sei o que em mim sugere o que não sou: se meu exterior é tranquilo, interiormente estou quase sempre em ebulição. Por muito tempo não percebi que o fato de sempre dormir de madrugada e acordar […]

UNS BRINCOS

. . Quando minha avó morreu, meu pai estava com ela. Ele fechou-lhe os olhos enquanto os seus ficavam cheios de lágrimas, o que os deixou momentaneamente mais verdes. Antes de deixá-la, sabendo que viriam preparar seu corpo para o sepultamento, tirou-lhe os brincos e colocou-os automaticamente no bolso, o coração traspassado, na garganta um […]

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