POEMINHA DO RÉ MI FÁCIL…

 

 

Gosto de brevidade em poesia. Reconheço o valor e a beleza de grandes epopeias, mas penso que se não há uma grande história a ser contada, melhor é dizer o que se pretende com o mínimo de palavras possível.

A poesia lírica flagra um instante: de dor, de alegria, de amor, de expectativa, de esperança… Para dizer desse instante poucas palavras são necessárias, apenas as essenciais. Encontrá-las é tarefa do poeta, do bom poeta.

Todas as palavras não essenciais pesam no poema, parecem querer dizer que melhor ficariam noutra parte, num conto talvez, num romance, num artigo de jornal…

O bom poema é leve, breve. Penso assim. Encontrar, portanto, o poeminha acima, foi para mim um deslumbramento.

Note que ele é praticamente uma brincadeira feita com as notas musicais, uma apropriação de seu ritmo e de sua sonoridade.

São marcas dessa sonoridade as sílabas tônicas e as rimas entre “fá” e  “lá”, “mi” e “si” e, agora, também entre “cil”. Apresenta, no entanto (e além disso), a bela imagem dos olhos da pessoa amada como paisagem: acolhedora paisagem de sol poente que convida para o aconchego, para ali “morar”.

Embora a palavra olhar não seja utilizada (mas apenas “olhos”), não é difícil inferir que é através de um olhar demorado, que descansa no olhar do outro, que o “morar” acontece. Desse modo, o poeminha economiza até a possível rima (rica) entre olhar (neste caso, substantivo) e morar (verbo). Usa, portanto, apenas as palavras estritamente necessárias e faz bonito: de forma lúdica transforma o instante em melodia e lirismo, em poesia.

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Beijo&Carinho,
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MAIS PUBLICAÇÕES

Respostas de 20

  1. Jussara,

    O Natal se aproxima…

    As luzes cada vez mais brilham nas ruas…

    Que no Natal a maior luz brilhe dentro de cada coração. Essa é a que vale realmente!

    Mesmo ausente e ainda assim ficarei por algum tempo,vim apenas deixar meus votos de um Natal maravilhoso e 2016 recheado com tudo que cada um desejar! Por motivos óbvios, trago mensagem colada, mas vale a intenção e desejos!

    beijos, chica

  2. Oi, Ju,

    O poema é uma graça, realmente. Lúdico, musical e romântico. Ele é curtinho, mas me trouxe à mente bilhetinhos de amores adolescentes, entre outras coisas, rsrs.

    Um beijo

  3. Belíssima partilha musical da poesia.
    Também me encanto com o poder de síntese em poesia de alguns bons poetas.
    Jussara em tempo de fim de ano lhe desejo Um Feliz Natal de paz e alegrias e renovadas esperanças.
    Carinhoso abraço amiga.

    1. Que bom que você gostou, Toninho! Muito bom conhecer a opinião de outros poetas!
      Obrigada pelos bons votos. Que 2016 seja um ano de muitas bênçãos, saúde e realizações para você!

  4. Gostei muito do "poeminha", Jossara, e partilho da sua opinião: o que se quer transmitir não tem que ser uma odisseia, a não ser que queiramos condicionar o leitor. Um bom poema, no meu entender, tem que dar liberdade ao leitor para interpretar, manusear, manipular conforme a sua visão das coisas. Sempre com um desafio, é óbvio.

    Um beijinho 🙂

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