CAIXA DE JARDINAGEM E “O TEMPO NO JARDIM”
. Nem sei que fim meu irmão pretendia dar à caixa de madeira depois que apareceu com uma maleta em couro cru incrustado e fivelas onde acomodou as ferramentas; eu a pedi no ato… e ganhei! Há tempos sonhava com uma caixinha igual onde pudesse acomodar a tesoura de poda e as pequenas pás que uso para cavoucar a terra […]
TORRE DE MARFIM E “LIVROS À MÃO CHEIA”
. Costumo dizer por brincadeira que vivo numa “torre”. Há um sentido simbólico para o vocábulo, ligado aos loucos – que no passado eram trancafiados em sótãos ou porões, afastados do mundo. Lembra-se do poema do Alphonsus de Guimaraens, “Quando Ismália enlouqueceu/ pôs-se na torre a sonhar…”? Pois é – e aos poetas que se auto exilavam por não […]
JARDINS EM MINIATURAS
. Minha mãe sempre gostou de plantar em vasos e vasinhos. As folhagens maiores ela preferia plantar diretamente no chão e me lembro de caminhar por uma estreita calçada de cimento que unia a casa de minha meninice à casa de meus avós maternos: de um lado havia um pé de lima, um tanque e uma gangorra de madeira feita pelo […]
O HÓSPEDE
. Eram muitos quilômetros a serem percorridos, a pé ou em lombo de mula, entre um povoado e outro. Às vezes a noite surpreendia o caminheiro ainda longe do seu destino, no meio do nada. Uma fumacinha distante indicava uma casa perdida em meio aqueles ermos, a claridade do fogo a reluzir todo o pequeno […]
CADERNO DE DESENHO
. O grosso caderno de capa verde e páginas numeradas, que meu avô deu à minha mãe, lembra um livro de atas, embora seja essa apenas uma primeira impressão. Nele não há pautas e não consigo imaginar a que fim estaria destinado antes que minha mãe o transformasse numa espécie de álbum que hoje reúne os desenhos a […]
CHAPÉU E LENÇO
. Meu avô paterno era um grande contador de casos. Como viveu a maior parte da vida em cidades interioranas de Minas e Goiás, a origem de seu rico repertório de situações vividas/ouvidas sempre foi para mim um autêntico mistério. Onde aconteceu? Quando? Com quem? Tais questões, repetidas ao longo dos anos, nunca encontraram respostas. […]
“CHÁ DAS CINCO”, POEMA DE JUSSARA N REZENDE
. Quando minha bela Ângela ainda um bebê risonho, fiz-lhe uns versos após uma gostosa brincadeira de casinha. Nunca mais os retomei e agora os publico na esperança de que a ingenuidade alegre que os fez nascer compense a falta de maiores recursos técnicos que o ritmo mal e mal marcado. . . . . A verdade é […]