OSHMAN, Jen. Que eu diminua: encontrando alegria duradoura na era do eu. Trad. Karina Naves. São José dos Campos, SP: Fiel, 2021.
Termos atualíssimos como “Geração X” ou “millennials” lembram que a edição de Que eu diminua é recente e que seu foco é o momento que vivemos, chamado pela autora de “a era do eu”. Não sem razão, uma vez que nunca houve tanta preocupação em exibir a própria imagem e tornar o próprio nome conhecido, ainda que sem qualquer mérito que possa justificar a fama.
Em franco contraste, entretanto, com a exibição de nossa imagem e com as mensagens otimistas dos coaches, que pregam que podemos ter/ser tudo o que quisermos, estão as estatísticas de doenças psicossomáticas e autoimunes e de suicídios, que comprovam que nunca fomos tão tristes.
Na verdade estamos, especialmente as mulheres (leitoras implícitas de Jen Oshman), exaustas. Ou porque somos muito cobradas, ou porque ganhamos menos que os homens, ou porque nos revoltamos com isso, ou trabalhamos mais porque trabalhamos fora e dentro de casa, ou ou…
A grande questão, porém, segundo a autora, é que querer deificar o “eu” sempre causará frustração – justamente o oposto do que buscamos com nossas agendas lotadas, nosso esforço e marketing pessoal. Fomos criadas [o objeto do discurso de Jen Oshman, como referi no parágrafo anterior, são as mulheres] para a transcendência (…) por Deus e para Deus e quando vivemos de “forma não planejada pelo nosso Criador, nós sofremos”, tal qual uma Ferrari que, projetada para a velocidade, tenha sido obrigada a viajar em 1ª marcha.
“Fomos criadas para a transcendência (…) para encontrar alegria na comunhão amorosa com o Divino.” Assim sendo, somos parte de uma história que transcende a nossa. Por isso, nossa identidade mais verdadeira não vem de nós mesmas, mas “de sermos alimentadas pelo nosso relacionamento com Deus e de vivermos para a glória Dele. Viver de qualquer outra forma é um convite para nossa própria queda”, derrota, frustração, infelicidade…
Jesus disse: “Quem perder sua vida por minha causa, salvá-la-á”. Em outras palavras, o que ele disse foi: “Venha e morra…”. Assim, quando renunciamos ao direito que “pensamos” ter sobre a nossa vida e “morremos” para nós mesmas a fim de vivermos para Cristo, quando nos diminuímos para que Ele cresça, quando trabalhamos para a gloria Dele – e não para a nossa – então caminhamos para a alegria duradoura que desejamos. Isso é o oposto do que o mundo prega, mas é esse mesmo o “grande paradoxo da fé genuína”.
Nunca conseguiremos, por nós mesmas, nos tirar do trono do “eu” e nos “diminuirmos” para entronizar a Cristo e engrandecer-Lhe o nome, nem tampouco seremos felizes enquanto nossa busca se centrar em nós e não Nele: é Jesus Cristo quem chama (“Venha e morra… e ganhe a sua vida”) e só Nele somos plenamente felizes.
Que eu diminua
Beijo&Carinho,
Respostas de 4
Acredito que seja um livro super interessante de ler.
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Bom fim de semana.
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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É um livro cristão, Ricardo, e, como tal, vai na contramão da história e opõe-se ao verdadeiro culto ao “eu” que permeia nossos dias. Como me representa, eu gostei muito.
Boa tarde, Ju,
Que post oportuno! Realmente vivemos hoje tantas contradições, que parece estarmos mesmo caminhando para uma ruptura. Por um lado, estamos vendo a exposição de coisas destrutivas, desde sempre encobertas e negadas, como os preconceitos e as crueldades presentes nos corações de muitos, etc. Isso dá um certo alento, porque um problema não apontado e reconhecido não pode ser resolvido, não é verdade?
Por outro lado, o poder transcendental do universo – Deus – vem sendo progressivamente ignorado ou admitido de forma equivocada. Nesses últimos anos, muito me tenho decepcionado com a postura de pessoas que se dizem cristãs, e ainda mais com os líderes religiosos dessas pessoas. As coisas que eles dizem e defendem são claramente opostas às que Jesus Cristo pregava e defendia.
Então – para mim, pelo menos – não há surpresa no fato de que vivemos uma era de busca de fama e de exposição pessoal, enquanto crescem a tristeza, e a sensação de isolamento e não pertecimento, entre as populações do mundo. A questão é como resolveremos isso?
Beijo
Oi Jussara infelizmente essa cultura de se opor a tudo que representa Deus tem causado muita destruição, como você citou acima, é drogas, depressão, suicídio, pessoas confusas, perdidas , cheias de ódio, esse caminho que nos ensinaram para ser ricos e famosos, na verdade, leva ao caos e só uma minoria fica mais rica e mais famosa explorando a desgraça alheia. Amei a indicação desse livro.
Beijos , Vi