“A MONTANHA MÁGICA” – BREVE APRECIAÇÃO

“A MONTANHA MÁGICA” – BREVE APRECIAÇÃO

 

Inspirado pela internação de sua esposa, em 1912, numa clínica para tratamento de tuberculose, em Davos, na Suíça, o alemão Thomas Mann começou a escrever A montanha mágica naquele mesmo ano, vindo a publicá-lo em 1924.

A história gira em torno do tempo passado pelo personagem Hans Castorp – jovem alemão de Hamburgo, bastante simplório, estudante de engenharia naval – em um sanatório para tratamento de doenças respiratórias, justamente em Davos.

 

MANN, Thomas. A montanha mágica. Trad. de Herbert Caro. São Paulo: Círculo do Livro, s/d.

 

De uma visita que foi fazer a um primo, ali internado, o tempo de Castorp no sanatório, que inicialmente seria de 3 semanas, se prolonga por incríveis 7 anos, a ponto de o personagem se desligar do tempo vivido na “planície” e passar a viver apenas a realidade paralela do tempo experimentado no sanatório da montanha: um tempo mais lento, marcado pela repetição dos mesmos horários para alimentação, descanso, tratamento, passeios.

A vida no sanatório e a diversificada fauna humana que o habitava podem ser vistas como um microcosmo que espelha classes sociais e problemas políticos e econômicos da Europa no período que antecedeu a primeira guerra mundial.

Convivendo nesse contexto, Hanz Castorp distancia-se não apenas do tempo da “planície”,  mas também de sua família e carreira. Ao mesmo tempo, porém, aproxima-se da política, da arte, da religião, da filosofia e do amor, amadurecendo como pessoa ao refletir sobre a fragilidade da vida e a constante proximidade da morte.

O caráter subjetivo do tempo é o grande tema da obra, resultando em grandes momentos de uma belíssima prosa filosófico-literária.

Penso cá com meu botões que a obra poderia ter sido escrita, com igual magnitude, com a metade do número de páginas. São 872, mas com uma fonte bemmmm pequena que convertida em um tamanho mais comumente encontrado em livros resultaria num total de páginas ainda maior. Acredito, porém, que o ritmo despreocupado da narrativa é, por si só, um recurso artístico, uma forma de sugerir o tempo diferenciado e “mágico” vivido na montanha.

 

 

Eu li uma edição do antigo Círculo do Livro (a da foto acima), mas esta é a capa da edição da Companhia das Letras (2016), com tradução de Herbert Caro.

 

 

 

Paul Thomas Mann foi um escritor, romancista, ensaísta, contista e crítico social do Império Alemão. Tendo recebido o Nobel de Literatura de 1929, é considerado um dos maiores romancistas do século XX – Wikipédia

 

 

Beijo&Carinho,

 

 

 

Crédito da imagem destacada, aqui.

 

 

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