O fotógrafo Stefan Draschan, austríaco, uniu sua paixão pela fotografia e seu interesse por museus revelando-os em uma série de fotos inusitadas em que a semelhança entre o expectador da arte e a própria arte é tal que parece a ela se fundir.
Coincidências? Sim, mas mais que isso.
Os momentos perfeitos de combinação entre observador e arte foram colhidos em aproximadamente 40 museus, de pelo menos 5 cidades, entre as quais Paris, Viena e Berlim e o momento do click demandou muita paciência, observação e sagacidade.
Depois de admirar as obras de Monet, Manet, Renoir e Matisse, por exemplo, o fotógrafo se dedicou a esperar visitantes vestidos com roupas cujas cores se ajustassem aos tons de determinada tela e o exato instante em que, diante da obra de arte, parecessem fazer parte dela.
As cores e padrões das estampas desses “modelos” foram determinantes em grande parte das fotografias da série, mas a cor dos cabelos, acessórios e até mesmo postura foram também levados em conta nesses registros em que a(s) pessoa(s) em questão não sabia(m) que estava(m) sendo retratada(s).
Em alguns casos é quase impossível acreditar que a “pose” não foi ensaiada e que o modelo nem estava se dando conta da presença do fotógrafo, mas assim foi e o resultado obtido, resultado dessa pacienciosa espera e do click no momento preciso, são fotografias insólitas e indubitavelmente artísticas em que a metalinguagem e o bom humor dão o tom.
O projeto foi denominado People matching artworks (que podemos traduzir livremente como “Pessoas combinando com obras de arte”) e pode ser visto de forma integral no site oficial de Stefan Draschan, onde ainda é possível encontrar outras séries interessantes, como “Casais combinando”, “Carros que combinam com casas”, “Pessoas dormindo em museus”, entre outras.
Perguntado sobre qual a parte mais difícil da realização do projeto, Stefan respondeu:
Eu dou uma olhada nas pessoas que estão passeando no museu e tenho que avaliar a possibilidade de que aquelas cujas “costas” me interessam vão passar pela obra de arte com a qual combinam e se elas vão ficar paradas ou não e se isso irá desfocar a fotografia. Às vezes não dá certo, mas, quando dá, é muito gratificante. (Via)
Stefan Draschan nasceu na Áustria, em 1979, e vive principalmente entre Viena e Berlim, mas também em Nápoles e Paris. Seu trabalho, divulgado em várias exposições pela Europa, apareceu no Brasil ao final de 2017, compartilhado nas redes sociais.
Se você se interessou pelo seu trabalho, saiba que esse é permanentemente atualizado em sua página no Instagram: @stefandraschan
Beijo&Carinho,
.
Obs.: Sobre metalinguagem, falei aqui.
Uma resposta