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Seu maior sonho era possuir uma ilha deserta. Sonhava diariamente com seus coqueiros, sua praia de areia fina e clara, sua água transparente e, sobretudo, seu grande silêncio.
Odiava os ruídos da cidade: o grito de um vendedor ou de uma criança na rua, as buzinas, os barulhos provocados pelo arrancar de um ônibus ou pelo escapamento de um automóvel, as sirenes das fábricas. Economizava cada centavo para comprar sua ilha.
Um dia caiu no chão e se quebrou o porco rosado no qual guardava moedas. Recolhidas, eram, ainda, insuficientes para comprar ilha qualquer. Comprou, então, um revolver e começou a matar, uma a uma, as pessoas de sua cidade.
Quando tudo ficou silencioso, voltou para casa e começou a regar suas mudinhas de coqueiro.
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Beijo&Carinho,
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Crédito da Imagem: aqui
Respostas de 27
Oi Jussara um conto que bem reflete o nível de stress a que estamos sujeitos nas grandes cidades e de como estamos expostos às reações mais perigosas.
Gostei da construção/inspiração.
Carinhoso abraço de paz.
Não é mesmo? É função da arte expressar esta loucura… o triste é vê-la se propagar na realidade por aí afora, não é mesmo?
Obrigada, Toninho!
Muito lindo teu conto,Jussara!Adorei ler! bjs, chica, lindo dia!
Obrigada, Chica! Bastante doido, mas tem, sim, sua beleza, rs
Abraço!
Olá querida Jussara, eu gosto muito de contos curtos, que na medida do entendimento se percebe que nas entrelinhas nos é dito muitas coisas. O desejo de paz e isolamento, ainda que abstrato, nos dias de hoje é impraticável. Assim como teu personagem, estamos todos desesperados tentando nos encontrar e ter paz, que parece cada vez mais uma ilusão…mas o que guardamos como a grande solução, talvez não tenha a mágica solução e entramos do surreal ou inconsciente, vamos fazer com nossas próprias mãos, nossa ilha. Um dia de fúria ? Não, para mim é uma forma abstrata de poder ficar só e em paz. Gostei demais senhora escritora.
ps. Carinho respeito e abraço.
Uma boa leitura a sua, Jair 😉
Obrigada!
Bom dia, Jussara!
Amei o seu conto. Curtinho e impactante! Ainda bem que está no imaginário! rsrsrs
Abração,
Drica.
Já pensou que loucura nesta realidade barulhenta em que vivemos? rs
Abraço!
Interessante conto. Nos dias atuais quem não quer sossego? Mas, não seria capaz de ter uma atitude tão radical, kkk
Grande beijo e desde já um ótimo final de semana.
Neste mundo doido não é difícil que alguém tentasse, rs
Obrigada, Jack, muito bom tê-la aqui!
Excelente, Jussara! Discretamente, estou de volta. Abraços.
Obrigada, João Antônio, é muito bom tê-lo de volta!
Abraço!
Entendo o raciocínio…
Simples, cru e sincero.
Pura inspiração e piração!
Isso mesmo, Sylvio, você bem o percebeu… uma piração com um sopro: ins… rs
Nossa Jussara, que terrível desfecho…
Um caso extremo de disturbio de personalidade anti-social e psicopatia!
Bjs
Sim, Cris, uma total ausência de compaixão pela situação/sentimento do outro: só a própria necessidade é posta em causa: loucura. A literatura às vezes enlouquece… rs
Abraço!
Senti a tua falta! Bom ver-te de volta!
A solução para a ilha deserta é no mínimo perturbadora! Não queria um vizinho assim!
Beijo
Vizinhos assim têm que ser trancafiados no hospício, Nina, rs. Abraço!
Quanto "umbiguismo"! O personagem, que poderia ser qualquer um de nós, realiza sua utopia de viver em paz, pagando o preço da própria falta de resiliência. Quem não gostaria? Paz sim, mas a qualquer custo, não! Dias atuais. . . Parabéns! Amei o texto! A arte é nossa arma para fugir da realidade, né? Beijos, com carinho Jussara!
Rhosa Ferreira
Graças a Deus pela arte! Por causa dela nossas ilhas podem ser habitadas e felizes!
🙂
Mini contos como o seu nos transmitem muito mais do que algumas escritas longas.
Obrigada!
Abraços
Obrigada, Adelaide! Ultimamente tenho buscado um texto mais enxuto justamente por isso… tem me parecido que menos palavras atraem pensamentos maiores…
Abraço!
Oi Jussara,
Que trágico! mas não sei bem o porquê, me lembrou um pouco o filme "Um Dia de Fúria".
Bjs
Acho a lembrança pertinente, Betty. Abraço!
Jussara, seu miniconto expressa bem o que estamos vivendo, sonhamos e quando não conseguimos realizar nossos sonhos, matamos o que achamos que nos impede de ser feliz…
Não se busca mais a essência de nossas buscas, vivemos apenas o imediatismo, sem nenhuma esperança…
Triste!
Feliz domingo, abraços carinhosos
Maria Teresa
Creio que a palavra "essência" resume bem o que você disse. Se o foco fosse o essencial, precisaríamos de muito menos para ser feliz!
Abraço!