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FOSCHINI, Lorenza. Sobretudo de Proust: história de uma obsessão literária.
Trad. de Mario Fondelli. Rio de Janeiro: Rocco, 2012, 98p.
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Quem nunca amou um escritor em razão das obras que escreveu, que nunca imaginou como vivia esse escritor, em que condições escrevia, de que objetos se cercava, quais seriam seus hábitos, não entenderá a motivação de Jacques Guérin em sua busca incansável pelo espólio do escritor Marcel Proust nos anos que se seguiram à morte do autor de Em busca do tempo perdido.
Guérin é personagem central do livro Sobretudo de Proust, de Lorenza Foschini, “uma espécie de Fátima Bernardes” italiana, segundo o extinto Jornal do Brasil.
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Lorenza Foschini
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O livro de Lorenza, mistura bem sucedida de pesquisa histórica e literatura, é daqueles que por sua leveza envolvem o leitor que não consegue parar de ler até chegar ao fim.
Publicado no Brasil pela Editora Rocco (2012), com tradução de Mario Fondelli, tem 98 páginas de texto que devorei em poucas horas depois de andar por São Paulo e parar na Livraria Cultura como compensação para o cansaço que sentia.
Publicado no Brasil pela Editora Rocco (2012), com tradução de Mario Fondelli, tem 98 páginas de texto que devorei em poucas horas depois de andar por São Paulo e parar na Livraria Cultura como compensação para o cansaço que sentia.
Trata-se da história real de Jacques Guérin, rico industrial da perfumaria e patrocinador das artes, que com persistência e dinheiro, além de seu conhecimento como colecionador de manuscritos literários, resolve salvar da destruição manuscritos, cartas escritas e recebidas por Marcel Proust, fotografias, móveis, objetos pessoais.
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Não fosse a obsessão de Guérin, o museu Carnavalet, em Paris, não exibiria hoje, reconstituído, o quarto de Proust tal qual era quando o escritor ali passou a maior parte dos seus últimos anos de vida a escrever uma das maiores obras literárias de todos os tempos.
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Por que estariam os objetos pertencentes a Marcel Proust condenados à destruição não fosse a intervenção obstinada de Guérin? Porque a cunhada do escritor, Marthe, viúva de Robert Proust – médico e herdeiro do escritor, responsável pela publicação de sua obra póstuma – acreditando que o cunhado nunca fora mais que um parente excêntrico, que comprometia o bom nome da família com seu comportamento exótico e sua homossexualidade, teimava em destruir toda a memória em torno de Marcel, a ponto de queimar suas cartas de amor e grande parte de seus manuscritos literários. O que sobrou e foi salvo por Guérin, só sobrou porque Suzi, filha de Marthe e Robert e descrita como interesseira, aponta o interesse financeiro que poderiam ter os objetos deixados pelo tio.
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Entre os objetos resgatados por Guérin está o sobretudo do qual Marcel Proust não se separava e que utilizava inclusive para se aquecer, em seu quarto de doente, quando trabalhava ininterruptamente em seu romance, fosse gelada ou não a noite, lutando contra o tempo que para ele – que bem o sabia – seria curto.
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Marcel Proust
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Quem já amou um escritor pelas obras que escreveu, que se pôs a imaginar como vivia esse escritor, em que condições escrevia, de que objetos se cercava, quais seriam seus hábitos entenderá bem a motivação de Jacques Guérin em sua busca incansável pelo espólio do escritor Marcel Proust e a emoção da própria Lorenza Foschini ao ter ao alcance das mãos o sobretudo velho e puído do autor de Em busca do tempo perdido.
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Beijo&Carinho,
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Crédito da imagem em destaque, aqui.
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Respostas de 7
QUE DICA BACANA, COLEGA! VALEU POR INFORMAR!!
TENHA UM LINDO DOMINGO…
AH!! VEJA UMA POSTAGEM SOBRE UM CONCURSO LITERÁRIO QUE PARTICIPEI EM "GAM DOLLS". MEU CONTO SERÁ PUBLICADO NUM LIVRO…
U-HUUUUUUUU!! / / /
INTÉ, MUIÉ!!
Pessoas como Marthe, ignorante e preconceituosa, é que provocam a estagnação do desenvolvimento da alma humana, e pensar que a maioria de nós, seres humanos, age e pensa como ela…
Muito legal pessoas serem obstinadas assim… se não fosse por elas, muitas coisas passariam desapercebidas e nunca saberíamos de histórias tão interessantes…
Como sempre, depois de uma sumida básica, vim e li todos os posts atrasados, rsrs !!
Adorei o quadrinho bordado… que meigo… pena que meus ponto cruz são tão feios, srrsrs
bjus 1000 queridona e obrigada pela dica !!
Ju querida… estou retornando ao meu cantinho e aos vossos blogs. Estou com uma saudade da blogosfera. Passei alguns dias de molho, me cuidando, curtindo minha filhota, organizando meu lar e já estou morando lá. É uma linda fase, estamos todo aqui em casa, na fase de encantamento, até minha filhinha, que é pequenina, eu vejo que seu astral está lá em cima, vejo através do seu olhar que brilha ao ver seu quartinho, suas coisinhas todas arrumadinha e o prazer de rever suas bonecas, tem olhar mais gosto do que de criança?
Também estava sem internet, mas depois de tudo organizado, providenciamos a instalação da internet e nesse fim de semana que passou, os técnicos chegaram para instalar.
Enfim… vida e casa em ordem!
Amei sua dica e agora com mais tempo, retorno as minhas leituras e estudos.
Sempre me faço essa pergunta, sobre o estado e circunstâncias que os autores escreviam, uma curiosidade que tenho.
Beijinhos de saudade.
Lorena Viana
Querida Jussara!
Sei que ando meio sumida por aqui, amiga,enrolada pelas linhas invisíveis do cotidiano, mas saibas que adoro visitar este teu cantinho tão belo e precioso, onde tantas vezes viajo pelos labirintos deste fascinante mundo literário…Viagens que sempre me encantam e me acrescentam tanto!
E viajando de carona neste delicioso post, me senti admirada e comovida com estas estórias de um escritor,seu legado,seus pertences,sua família… E tudo parece às vezes tão surreal e incrível! Mas,infelizmente, já não me assombro mais com essas atitudes mesquinhas e desumanas que muitas pessoas tem para com os seus próprios familiares…Conheço várias estórias de pessoas bem menos conhecidas,mas cujos preciosos legados,de alto valor histórico, foi perdido para sempre,devido ao desleixo e ignorância, de sua própria família…Uma pena!
Por isso, agradeço à Deus pela existência de outras pessoas,de almas especiais, cujos esforços valorosos já salvaram tantos registros históricos e tantas aventuras… Sempre uma alegria para as próximas gerações!
Então,posso te dizer, querida Jussara,que adorei a tua sugestão de leitura de hoje e que com certeza, iria me encantar com esta estória linda sobre Proust,sua família e seu amado sobretudo…
Aproveito hoje também, pra te agradecer,minha doce amiga, pelos teus carinhosos comentários lá no meu bloguinho…Você é sempre tão gentil e querida!
Beijos carinhosos pra ti e uma linda semana para todos!!!
Teresa
("Se essa lua fosse minha")
JUSSARA… POSTEI EM GAM DOLLS MEU PRIMEIRO SORTEIO. ESÁ BEM INUSITADO, COM PRÊMIOS DIGAMOS QUE, BEM ECOLOGICAMENTE CORRETOS! KKK
PASSE LÁ PRA ESPIAR E, SE GOSTAR DA PROPOSTA, PARTICIPE TAMBÉM!!
LÁ NO MEU BLOG CULINÁRIO TEM UMA "TORTA SABOR DE MINAS" BEM CHIQUE!!
ABRAÇÃO COLEGA!!!
Jussara estou feliz em conhecer seu blog senti que vc é uma pessoa muito querida e amavel com seus seguidores.
Concordo contigo quem nunca amou um escritor.
Na verdade nos envolvemos com os poemas ,
pois eu sem penso que todos poetas escrevem aquilo que ele tem de mais puro na alma.
Estou seguindo seu lindo cantinho beijos linda noite,Evanir.