“DEWEY, UM GATO ENTRE LIVROS” – EXPERIÊNCIA DE LEITURA

 

 

                        Para a Vi, que me recomendou a leitura

.

.

 

.
.
.
O que caracteriza o texto literário é a criação de uma realidade supra, além, acima daquilo que costumamos chamar realidade, ou, ainda que focalize a realidade, que crie personagens e eventos que não compõem a vida real. Desse modo, ao “inventar” outro mundo ou “fingir” uma realidade que não é bem real, o escritor faz arte, pois utiliza as mesmas palavras que usamos diariamente para nos comunicar, mas organizadas de modo a apresentarem o desconhecido que, encarado, confronta-nos conosco mesmos, expõe-no(u)s aos nossos próprios olhos, ampliando, assim, a perspectiva que temos de nós mesmos e do mundo.
Assim sendo, tal qual Marley e eu, de John Grogan, Dewey – um gato entre livros, de Vicki Myron com a colaboração de Bret Witte, não é literatura. Poderia ser classificado, numa biblioteca, como biografia: a biografia de um gato, do mesmo modo que Marley é a biografia de um cão.
.
.
.
  
.
.
.
Esse fato pode causar certo estranhamento a quem inicie a leitura acreditando tratar-se de ficção. Não é. Dewey conta a história real de um gatinho amarelo abandonado na caixa de devolução de livros da Biblioteca Pública de Spencer, Yowa, Estados Unidos. Era inverno e a caixa estava gelada. O gatinho poderia ter morrido antes de ser encontrado, mas sobreviveu e foi adotado pela Biblioteca, especialmente por Vicki, a diretora, que refere a si mesma em relação ao gatinho como “mamãe”.
.
.
.
Vicki Myron e Dewey
.
.
.
Num momento de depressão econômica no país, com profundos reflexos no estado de Yowa, e de problemas pessoais de Vicky com a filha que criava sozinha – ao longo do texto o leitor passa a conhecer também a história de lutas da autora – Dewey revolucionou a vida de todos os moradores de Spencer, influenciando o clima de alegria e o progresso da cidade, tornando-se uma celebridade não apenas local, mas foco de interesse em jornais de todo o país e até do exterior, como o Japão. 
Não se trata de uma história cheia de peripécias e arteirices de Dewey – que recebe esse nome por causa do autor da Tabela Decimal de Classificação de Livros – mas dos relacionamentos que ele constrói, com estranha percepção, com os frequentadores da Biblioteca, a ponto de mudar a vida das pessoas e da cidade.
.
.
.
.
.
.
Quando digo que Dewey parecia possuidor de uma “estranha percepção”, falo como alguém que nunca teve um gato e não sabe bem como é conviver com um. Eu sempre tive cachorros. Tenho certeza, entretanto, que os donos de gatos vão entender melhor que eu a facilidade com que Dewey se movimentava entre os corredores e prateleiras da Biblioteca, escolhendo colos e amigos.
.
.
.
.
.
.
.
Beijo&Carinho,
.
.
.
.
.
Crédito da imagem em destaque, aqui.
Outras imagens, Google Imagens
.
.
.

MAIS PUBLICAÇÕES

Respostas de 13

  1. AH… QUE FOFO É O DEWEY…
    A HISTÓRIA DELE É MUITO BACANA MESMO. JÁ TINHA VISTO A HISTÓRIA DELE NUMA MANCHETE DE JORNAL NA TV. SABER MAIS DETALHES NUM LIVRO, DEVE SER DEMAIS!
    VALEU PELA DICA, FIA! TEM COISAS BACANAS NOS MEUS 3 BLOGS. ESPIE QUANDO PUDER. TENHA UMA LINDA QUARTA, JUSSARA!
    ABRAÇÃO PROCÊ!

  2. Olá Jussara!
    Sabe que ultimamente tenho lido indicações de amigas? rs
    É muito interessante essa troca.
    O último que li por indicação foi Um Dia…livro gostoso, mas com um final triste…
    Não consegui ler esse livro Marley e Eu, e acho que também não conseguiria ler esse…não rola empatia rs.

    Um beijo

  3. Tuas resenhas sempre deixam aquela vontade danada de ler os livros que comenta! Bom demais!

    Como gosto de livros (e também de gatos) a leitura vai ser muito prazerosa, com certeza!

    Obrigada pelo incentivo e pela maciez de teus comentários, Jussara!

    (E sobre fazer o post sobre meus escritos, claro que vou adorar! Vai ser um gostoso presente!)

    Beijos e meu carinho,
    Helena.

  4. Oi Jussara. Que história interessante a do Dewey. Fiquei ansiosa pra ler o livro.
    Os gatos têm uma sensibilidade incrível. Eu tinha um gatinho, o qual encontrei perambulando dentro da escola onde eu trabalhava, coitado, morto de fome, magrinho, bem judiadinho. Fiquei comovida e o levei para casa. Cuidei dele e ele só me deu alegrias até morrer.
    Tenho duas fotos dele, as quais guardo com muito carinho. Infelizmente , ele foi atropelado em frente a minha casa e foi duro
    perder o amigo, que, agonizando me olhava como se quisesse dizer algo. Com certeza, ele estava me agradecendo por tudo e me dizendo adeus.
    Beijos e feliz quinta-feira pra vc.

    Isabel Ramalho

  5. Oi Jussara, é a Vi, gostei desse livro,eu tenho cachorro e gatos, mas com os gatos tenho mais cumplicidade,não achei a palavra adequada).
    Gatos tem personalidade, por mais que o homem tente, ele não deixa seus instintos, continua selvagem, mesmo aparentando ser civilizado.
    E nesse contexto, qual seria a diferença entre o gato e o homem, afinal tem muita gente selvagem por ai..kkk
    Falei muito, mas gosto de ler o que você escreve, seus textos são suaves.
    Muitos beijos,Vi

  6. CHICA, DONA GAM e AGREGADOR – Que bom que gostaram! É muito bom tê-los aqui!

    FABIANA – Pelo que percebi, querida, vc gosta é de ficção, coisa que nem Marley, nem Dewey são. Breve encontraremos um para vc… rs

    HELENA – Obrigada pelo incentivo e pela confiança… em breve sai o post, daí te aviso, sim?

    ISABEL – que história linda e triste, menina! Moro numa avenida movimentada… morro de medo de a minha cachorrinha fugir e ser atropelada tb 

    EUNICE – Obrigada! Tão bom saber que aprecia meu texto!

    ANA – Verdade. Vc tem uma perspectiva bonita das coisas. Coisa boooa!

    ÂNGELA, DANI e VI – Que bom tê-las aqui! Fiquei mais que feliz por saber que gostaram do texto e da indicação!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress